quinta-feira, setembro 17, 2009




PARABÉNS CASCATINHA PELOS SEUS 136 ANOS!


17 de setembro de 1873.

Naquele dia, D Pedro II por decreto, autorizou o funcionamento da COMPANHIA PETROPOLITANA DE TECIDOS, sem jamais imaginar que por trás dos lucros financeiros que o empreendimento pudesse trazer à jovem cidade, estava fazendo surgir à beira do Caminho Novo, no tão inexpressivo vilarejo, uma comunidade aguerrida, que mesmo após 136 anos de casos e descasos, não foge à luta
Muito devemos a Bernardo Caymary, um visionário cubano que não aceitava as ideias escravocratas e escolheu o vale para sua indústria; aos portugueses, espanhóis, gregos e tantos outros imigrantes que por ali passaram. Mas em especial, aos italianos que chegaram vindos de sua terra natal, em busca de trabalho, em busca de sobrevivência, ou até mesmo fugindo dos maus tratos em fazendas brasileiras.
As características e algumas tradições daquela “bona gente” que chegou a ser mais de 40% da população do bairro por volta de 1930 (entre natos e descendentes) se fazem presentes ainda hoje: a alegria, as brincadeiras, a festa aos padroeiros, o foguetório, a fé, o trabalho e principalmente a coragem para enfrentar as adversidades, vive em seus descendentes.
Algumas lutas foram travadas ao longo desses anos:
A indústria que fez o lugarejo prosperar ao ponto de ter vida própria, com escola, hospital, creche, posto de saúde, cooperativa, clube, sede própria de escoteiros, cinema, ranchos, bandas, grupo de teatro, etc..., foi a mesma que transformada em Companhia Imobiliária, somada à irresponsabilidade do poder público, permitiu o crescimento desordenado do lugar, transformando-o por completo e tirando-lhe o que tinha de melhor: a qualidade de vida de seus moradores.
Ainda assim, como Davi enfrentando Golias, a comunidade uniu-se. Há 25 anos formou a ADMA (Associação em Defesa aos Mananciais do Alcobaça) e conseguiu impedir a transformação da Floresta do Alcobaça, em área de especulação imobiliária pelo extinto BNH. A ameaça continuava. A comunidade manteve-se perseverante, até que hoje a floresta pertence ao IBAMA e podemos dormir tranquilos.
Caminhadas pela floresta, acompanhadas por guias, podem ser agendadas na sede da associação (ao lado da antiga estação em Cascatinha).
Mostrando a força da união, quando a Matriz de Cascatinha, patrimônio tombado pelo IPHAN, estava com seu belíssimo teto desabando pelo ataque de cupins, suas paredes precisando de pintura e a estrutura, de reparos, o povo do lugar contribuindo com seus parcos recursos e contando com a boa vontade de outros amigos anônimos, impediram que tivéssemos hoje o prédio interditado e sem condições de uso.
Fato semelhante aconteceu com a antiga estação de Cascatinha. Por muito tempo a comunidade insistiu junto à Rede Ferroviária, para que não deixasse desaparecer o prédio que tantas histórias traziam ao bairro. Foram mais de 20 anos de luta incessante para a transformação do espaço, no Centro Cultural onde está preservado, da melhor forma possível ao alcance da comunidade e sem contar com recurso público, as quase 2.000 fotos e objetos oferecidos pelos moradores e tão caros à memória daquela gente.
O Centro já registrou a presença de milhares de visitantes, inclusive vindos do exterior. Escolas agendam visitas monitoradas e universidades buscam-no para pesquisa. Infelizmente não há como mantê-lo aberto durante a semana; o que talvez venha dificultando a visita do Presidente da Fundação de Cultura para conhecer o local.
Hoje, mais uma vez, estamos apreensivos: que destino terá o magnífico prédio da Companhia Petropolitana? No abandono em que está, realmente não pode ficar. Mas queremos discutir sua destinação. É importante que os interessados em adquiri-lo, saibam o seu significado para a cidade e principalmente para nós. Poderemos ser parceiros em sua recuperação ou mais uma vez, lembraremos o hino: verás que um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora à própria morte, terra adorada... ”
Não é a toa que Cascatinha já deu a Petrópolis três prefeitos e uma vereadora, descendentes daquela brava gente que por ali passou. Não foram filhos ou netos de fidalgos.... mas daquela massa trabalhadora que até hoje constrói a riqueza da nação.

Por tudo isto e muito mais, PARABÉNS CASCATINHA


Petrópolis,17 de setembro de 2009


Wilma Borsato Costa
Centro Cultural Vereadora Wilma Borsato



Algumas fotos enviadas para o Blog pelo amigo MarioCelso Vanzan








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Natural da cidade de Petropolis - RJ, Cascatinha, Contabilista.

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